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Compreende-se que o gerenciamento de resíduos sólidos é considerado uma temática global, pois sem o manejo adequado, torna-se ameaça à saúde pública e ao meio ambiente. O crescimento da população associado ao consumismo eleva a produção de resíduos sólidos, que, por vezes, são conduzidos ao descarte irregular. A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, através da lei 12.305/2010, estabeleceu o encerramento dos lixões dos municípios brasileiros, com a desativação associada à obediência de controle e monitoramento da área degradada. Nesta perspectiva, o trabalho em questão teve como objetivo realizar a análise ambiental da área ocupada pelo antigo lixão do município de Palmeira dos Índios – Alagoas. Para tanto, realizaram-se visitas ao antigo lixão, levantamento de dados históricos da área, análise do cenário atual, identificação das medidas adotadas para controle e monitoramento, caracterização do meio físico por meio do método checklist e da análise de parâmetros físicoquímicos do solo e das águas superficiais. A análise da área mostrou que ainda são encontradas inconformidades, apresentando degradação ambiental e, consequentemente, riscos à saúde pública, ocorrendo a presença de resíduos superficialmente expostos, erosão no talude com afloramentos de resíduos, além da contaminação pelo escoamento superficial. Nos resultados da análise físico-química do solo, foram detectados os metais pesados cádmio, cobre, chumbo, zinco, manganês e ferro, além da verificação de pH levemente básico e matéria orgânica. Em consonância com a resolução do CONAMA n°420/2009, os metais cádmio, cobre, chumbo e zinco, estão abaixo dos valores orientados pela legislação nacional. As concentrações encontradas de ferro são indicativas de RSU maduro. Os elevados valores de pH são condizentes às áreas que possuíam maior contato com o percolado. A análise de hidrocarbonetos aromáticos do solo revelou concentrações abaixo do que é preconizado pela legislação. Na investigação da água superficial, foram identificadas concentrações superiores de nitrato, condutividade elétrica, fósforo total, coliformes termotolerantes e sólidos totais dissolvidos, o que denota impactos negativos a área. Nesta localidade, advém grande possibilidade de infiltração do lixiviado que representa riscos para a comunidade, em virtude da exposição a céu aberto, que leva a contaminação da água dos mananciais locais. O processo de recuperação ambiental da antiga área de disposição irregular encontra-se até o presente momento estagnado, não evidenciando melhorias ativas.

A população do planeta vem crescendo de forma consistente ao logo das décadas. As mais recentes projeções apontam que nos próximos dez anos tenhamos um incremento 80 milhões de pessoas e que esse número só irá aumentar nas décadas seguintes. Este fato trará uma série de desafios e dentre eles podemos citar a necessidade de produzir alimentos para esse grande número de pessoas sem comprometer o meio ambiente ainda mais. A cada ano, a safra agrícola no Brasil vem batendo recordes, da mesma forma que o uso de defensivos agrícolas é incrementada na mesma direção. Se não forem utilizados de forma adequada estas substâncias tentem a prejudicar o meio ambiente de forma acelerada e seu monitoramento faz-se cada vez mais necessário. Este monitoramento é realizado através de análises químicas.  Conscientizar as novas gerações acerca dos problemas relacionados a degradação do meio ambiente é importante e isto pode ser feito nas aulas de química. Como é notório, a realização de práticas em laboratório torna o aprendizado mais fácil e efetivo. Neste viés, a realização de aulas práticas necessita de um equipamento essencial: um potenciostato. Este equipamento possui um alto custo e seu uso está na maioria das vezes restrito a laboratórios de pesquisa. Esta pesquisa buscou desenvolver um potenciostato capaz de realizar análises eletroquímicas tendo como principais características seu baixo custo, facilidade de fabricação e portabilidade onde seu foco não é a realização de análises com grande precisão para ser utilizado em aulas para a quantificação de contaminantes de interesse ambiental. Buscamos na literatura projetos que contemplavam algumas destas características para promover adaptações e melhorias com o intuito de minimizar custos. O equipamento desenvolvido foi submetido a calibração pelo método de resistência elétrica para verificar sua obediência à lei de Ohm. O mesmo apresentou uma diferença de +/- 0,14% em relação a uma resistência fictícia frente a uma diferença de +/- 0,1% apresentada por um potenciostato comercial. Melhorias no futuro tais como aperfeiçoamento do software com a inserção de novas técnicas eletroquímicas, modificação do microcontrolador (arduino pro mini, ou similar e desenvolvimento de um outro cabo de comunicação.

O feijão comum (Phaseolus vulgaris) é uma cultura agrícola presente em todo território nacional, possuindo grande expressividade na região Nordeste do país, entretanto como outras culturas, está susceptível ao ataque de pragas e a doenças, dentre essas doenças, tem-se como principal a antracnose, que por sua vez é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum, que em condições favoráveis pode provocar uma queda na produtividade na ordem de até 100%. O controle deste microrganismo por meios convencionais apresenta dificuldades, devido às suas características de rápida adaptabilidade e disseminação, o método de controle mais empregado é o químico, com o uso de antifúngicos para a erradicação dos patógenos, porém a utilização indiscriminada desses induz o desenvolvimento de resistência dos mesmos aos agentes químicos, além de provocar poluição do solo e das águas, trazendo significativos prejuízos ao ambiente e à saúde humana. A inativação fotodinâmica (IFD) é uma técnica que usa um agente fotossensibilizador (FS), luz e oxigênio molecular, causando a morte dos microrganismos via necrose e/ou apoptose. Os microrganismos não serão resistentes a IFD, pois os FS agem via produção de oxigênio singleto, componente altamente tóxico à estrutura celular do patógeno que não possui toxicidade a humanos e nem libera resíduos ao meio ambiente. Ao considerar todos esses aspectos, este projeto proporcionou o desenvolvimento de um protocolo que auxilia no combate à microrganismos fitopatogênicos sem a utilização de compostos químicos que possuem riscos de gerar resistência nos microrganismos e que pode ser aplicado diretamente no produto final, pois não apresenta nenhum risco à saúde humana. Para isso, a princípio houve a replicação em laboratório do fungo, seguida pela inoculação e teste em campo da eficiência da terapia, no qual após a colheita dos grãos, houveram testes de germinação com as sementes contaminadas, a fim de observar também o potencial do tratamento nas mesmas, por fim observou-se a redução da infecção, apresentando-se enquanto uma alternativa viável e promissora de controle, contando com a benesse de não oferecer riscos à saúde humana ou ao meio ambiente, além de não permitir o desenvolvimento de resistência do patógeno para esse método de controle.

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No Brasil, por muitos anos, a produção de camarão marinho esteve associada a regiões estuarinas, de apicum e manguezais. No entanto, os últimos anos, foi marcado por uma acentuada expansão para regiões interioranas, atividade conhecida como carcinicultura continental. No estado de Alagoas, Nordeste do Brasil, a região do Agreste conta com os mais novos pólos brasileiros de produção do camarão Litopenaeus vannamei em águas continentais que são: Arapiraca, Craíbas, Coité do Nóia, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’Água Grande e Taquarana. Para estes municípios, a atividade surgiu como alternativa para geração de emprego e renda aos agricultores que sofreram e ainda sofrem com o declínio da produção agrícola devido a inutilização das terras, pela sanilização das águas de rios, riachos e poços artesianos. Por ser relativamente recente na região, poucos são os registros a cerca de sua implantação. Diante disso, teve-se por objetivo caracterizar a carcinicultura no Agreste alagoano a partir da investigação de seus participantes e seus modos produção. Para tal, foram entrevistados 40 carcinicultores familiares por meio de um questionário semiestruturado. Além disso, foram realizadas observações livres e coletados os relatos informais durante os anos de 2020 a 2022. A partir disso, constatou-se que a carcinicultura local teve início há pouco mais de três anos, e somente em 2018 ganhou caráter comercial tendo apresentado rendimento anual de até R$ 300.000,00. A atividade nos municípios alagoanos tem sido feita com auxílio de consultoria técnica, e com padrão de construção de viveiros de outros pólos produtivos, similar aos sistemas implatados no estado da Paraíba. Os produtores rurais, com o auxílio de profissionais e conhecimento adiquirido ao longo do tempo, adaptaram-se a nova atividade produtiva, quando comparado a metodologia implantada no Agreste de Alagoas com outras regiões, é possível identicar peculiaridades, os laços e vínculos criados entre os envolvidos e o ambiente de trabalho. Algumas curiosidades também chamam a atenção, a exemplo às variações de densidades de estocagem observadas em diferentes polos, algo comum em todos os polos é a diminuição da densidade de estocagem em períodos chuvosos, alta pluviosidade que acarretaram em diminuição da temperatura da água, o que pode contribuir para a proliferação de patégenos do ambiente de cultivo. A análise dos questinários mostrou que agricultores familiares homens representam 82,5% do total de produtres do Agreste, enquanto, as mulheres correspondem apenas a 17,5
%. Ambos os sexos trabalham na atividade, em média, 8h diárias. O tamanho das propriedades avaliadas varia entre 1 a 50 hectares, e os viveiros nelas construídos possuem entre 1000 m² e 4000 m2, apresentando produção média de 500 kg a 4500 kg mensais por propriedade. O custo médio por quilograma de camarão produzido variou entre R$ 12,51 e R$ 13,64, sendo influenciado pela época do ano, entre fatores. Evidenciou-se que os pólos com maior relevância produtiva são: Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Limoeiro de Anadia. Entre os entrevistados poucos (17,5%) são os que têm a carcinicultura como sua principal fonte de renda, em sua maioria, os carcinicultores familiares diversificam a produção agropecuária para conseguirem renda suficiente para subsistência. A partir das entrevistas, foi possível identificar que mais de 80% dos proprietários receberam assistência técnica no último ano. Por se tratar de uma atividade relativamente nova, ainda não se sabe ao certo quais impactos ou danos ambientais podem ser causados a longo prazo pela atividade nesta região. Neste sentido, a maioria dos carcicicultores afirmam nunca terem sido visitados por órgãos fiscalizadores ambientais. Apesar disso, todos estão cientes da importância do licenciamento ambiental e afirmam ser uma etapa significativa para a produção de camarão. Com relação ao descarte de efluentes, a maior parte (55%) dos carcinicultores realizam o tratamento da água antes do descarte nos corpos hídrico. Contudo, a maior parte dos produtores (80%) não consideram a água gerada a partir dos viveiros prejudicial ao meio ambiente. De fato, a assistência técnica foi um dos fatores primordiais para a consolidação e sucesso da atividade produtiva na região. Foi possível observar a partir de relatos dos agricultores o quanto iniciar com acompanhamento técnico fez toda a diferença. Os dados coletado dos entrevistados foram comparados com os dados coletados junto às secretarias, foi possível perceber que os órgãos ambientais e governamentais vinculados à atividade de carcinicultura ainda não possuem, ou em sua maioria, com informações limitadas o que pode repercutir,diretamente, de forma negativa, no desenvolvimento de políticas públicas direcionadas a Carcinicultura marinha. Além disso, é possível constatar a existência de barreiras quanto ao fortalecimento da atividade, sendo as questões vinculadas ao licenciamento ambiental as de maior relevância, entre elas: dificuldades em encontrar profissionais capacitados para realização dos serviços, os altos valores cobrados, a morosidade dos órgãos licenciadores.

O desenvolvimento tecnológico atrelado à crescente preocupação mundial acerca dos impactos negativos causados ao meio ambiente, decorrentes do modelo tradicional de produção industrial, estão gerando a busca por novas tecnologias ambientais, que transformem a cadeia produtiva e implementem os princípios da Economia Circular. Ao analisar a indústria da Construção Civil, a mudança do modelo tradicional de produção industrial para o modelo circular apresenta urgência, considerando que se trata de setor de grande impacto ambiental e econômico, principalmente no Brasil. O objetivo geral da pesquisa consiste em desenvolver o projeto conceitual de aplicativo móvel, voltado à prática da circularidade, buscando revalorizar os subprodutos da Construção Civil. Com base na potencialidade da Economia Circular para a Construção Civil e no crescente número de dispositivos conectados, decorrentes do desenvolvimento tecnológico, esta pesquisa constituiu-se em pesquisa de natureza aplicada e tecnológica, com abordagem qualitativa e analítico-descritiva, a qual utilizou como procedimentos metodológicos o método do Design Thinking (DT). O desenvolvimento da pesquisa baseou-se nas três etapas do DT: imersão, ideação e prototipação. Essas etapas, apesar de serem diferentes, são interdependentes e interativas, cujas técnicas e ferramentas de Design visam soluções inovadoras, focadas na multidisciplinaridade, colaboração e materialização de pensamentos e processos. Como resultado, obteve-se o desenvolvimento das funcionalidades para o aplicativo móvel, apresentada no formato de wireframe e estruturada com base na experiência do usuário (UX) e na interface do usuário (UI), que atende às necessidades para a circularidade na Construção Civil, alinhada às demandas de redução do consumo de recursos naturais e de conexão de empresas da Construção Civil com os subprodutos gerados, através do desenvolvimento de tecnologia ambiental.

O cultivo da cana de açúcar para a produção de açúcar, etanol e energia tem sido
amplamente praticado no Brasil, e em Alagoas teve sua implantação ainda na ocupação
holandesa, configurando-se como uma das principais fontes produtivas e econômicas do Estado
até os dias atuais. A cultura da cana de açúcar se apresenta na evolução histórica, como uma
atividade que proporcionou impactos ambientais, entretanto, atualmente, vislumbra-se neste
setor, a esperança para substituir matrizes energéticas não renováveis. Para isso é imprescindível
que as organizações sucroenergéticas atendam aos padrões de desenvolvimento sustentável.
Partindo deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar o desempenho
ambiental do setor sucroenergético alagoano, com base em indicadores utilizados nas principais
certificações ambientais do setor, para a criação de índice de sustentabilidade e diagnostico;
como produto deste, tem-se um diagnóstico de sustentabilidade do setor, expondo os aspectos
econômicos, ambientais, sociais e culturais; uma proposta de anuário de sustentabilidade
alagoana; e um índice de sustentabilidade como ponto de partida para um planejamento de
objetivos e metas do setor. Os dados para a elaboração do trabalho foram obtidos com a
aplicação de questionários digitais, encaminhados aos especialistas da área de meio ambiente
das unidades sucroenergéticas alagoanas, em atividades na safra 2020/2021. A metodologia
utilizada para a aplicação de questionário foi à metodologia Delphi; para a exposição dos
resultados obtidos foram elaboradas tabelas de freqüência relativa e exposição de dados em
Painel de Sustentabilidade - Sinaleiro. Os dados obtidos representam um terço das empresas que
receberam os questionários para participação na pesquisa, sendo, portanto, gerado um
diagnóstico que possibilita visualizar as oportunidade de melhoria e estabelecer metas a ser
atingida. É imprescindível ressaltar, que ocorreram limitações impostas às avaliações ambientais
institucionais pela falta e/ou restrição de informações organizacionais ou pela dificuldade de
estabelecer variáveis que incorporasse a lógica institucional. Na exposição dos resultados não são expostos os resultados individuais, nomes de empresas e profissionais respondentes, devido à utilização de termo de confidencialidade. Considera-se que os resultados, embora represente uma amostra do todo, podem contribuir para o monitoramento ambiental norteado pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas, orientando as ações dos tomadores de decisões em seus planejamentos estratégicos, bem como pode subsidiar a elaboração de anuário de sustentabilidade do setor, proposições de planos, protocolos e metas com suma importância para a o desenvolvimento sustentável estadual.

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) um dos desafios que se torna cada vez mais presente na sociedade, devido ao aumento na sua geração se encontrar ativo no consumo diário. Assim, esta dissertação objetivou a criação de um aplicativo para smartphones, o +ecoponto junto a elaboração de conteúdo informativo para ferramentas digitais (Instagram e Youtube) aliadas a educação ambiental, como estratégias de apoio à gestão dos RSU, no município de Arapiraca – AL. A pesquisa dividida em dois capítulos, apresenta uma composição metodológica baseada na abordagem qualitativa, com caráter exploratório e descritivo, também caracterizado como estudo de caso. Os dados para a aquisição de informações foram obtidos bibliograficamente, por meio de formulário, visitas in loco e comunicação pessoal por meio de aplicativo WhatsApp (este último, devido ao período da pandemia). Os procedimentos foram divididos em três etapas. Inicialmente, foi realizada a prototipação do aplicativo para dispor os locais para descarte de resíduos sólidos no município. Realizou-se o levantamento dos dados a partir de um formulário no Google Forms, com relação a coleta seletiva, necessário para traçar o perfil da população, estes dados foram tratados e interpretados. Buscou-se informações dos pontos, para mapeamento da região junto a Prefeitura, associações e cooperativas para incorporação dos dados no aplicativo, ressaltando que a realização de visitas foi limitada, devido ao período da pandemia. O trabalho resultou na criação do aplicativo, o +ecoponto, que será disponibilizado à população arapiraquense, e na elaboração de material didático informático (vídeo e cards) compartilhados nas mídias sociais Instagram e Youtube, com divulgação em perfis de cooperativas e associações de catadores da cidade. No decorrer da dissertação o Capítulo I apresenta as metodologias e etapas para elaboração do aplicativo e suas funcionalidades. O Capítulo II apresenta uma abordagem sobre o uso de mídias sociais como ferramenta de ajuda a gestão dos RSU, para disseminação de conteúdo relacionado a educação ambiental, e a importância das associações e cooperativas de Arapiraca – AL.

A essencialidade da água no planeta é designada para várias finalidades: domésticas, cultivo, industrial, manutenção dos atributos ecossistêmicos, dentre outras. Dessa forma, sua promoção é aspecto indispensável ao desenvolvimento humano. Diante da relevância desse recurso é necessário saber o nível da sustentabilidade hidroambiental de nascentes. Este trabalho tem como objetivo analisar a qualidade hidroambiental das nascentes da bacia hidrográfica do rio Coruripe no litoral sul de Alagoas. O estudo analisou as características ambientais das nascentes e as características físicas, químicas e microbiológicas da água, tendo-se como parâmetros da qualidade ambiental o protocolo de avaliação macroscópica e para qualidade físico-química e bacteriológicos os valores estabelecidos pelo Ministério da Saúde- MS e Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Durante a realização do trabalho foram feitas avaliações e coletas de dados entre 2021 e 2022. Foram selecionados 25 pontos de coleta de acordo com a sua influência dentro dos limites físicos da bacia, e diagnosticado o estado de preservação ambiental daquelas minas d’águas. Nesses pontos foram determinadas as características macroscópicas e variáveis físicas, químicas e microbiológicas. A realização deste trabalho possibilitará o esclarecimento à comunidade sobre o grau de preservação dessas nascentes, assim como a qualidade das suas águas, sinalizar as entidades públicas e privadas responsáveis pelos recursos hídricos na bacia, da necessidade de elaboração de políticas públicas que garantam a proteção ao meio ambiente e a segurança hídrica, com oferta de água boa para os ecossistemas terrestre, aquáticos e à população usuária de água da bacia hidrográfica do rio Coruripe.

A crise hídrica tem crescido e se tornado um problema crônico global, e a maioria dos ecossistemas ligados à água no mundo estão sofrendo processos de poluição e degradação. No semiárido brasileiro está localizado o bioma Caatinga, que dentre os semiáridos existentes, é o mais biodiverso e populoso do mundo. Contudo, tem sido um dos biomas mais ameaçados do país, em razão das diversas ações antrópicas insustentáveis praticadas na região. Desta forma, é notória a necessidade de ações e estudos dedicados a esse ecossistema, o qual possui poucas pesquisas científicas, principalmente ao que tange os cursos d’água e suas nascentes, que além de escassas, são vulneráveis às ações humanas e as mudanças climáticas. Mapear estudos na região, dedicados a questões hídricas e sua recuperação, são de suma importância para estimular ações oportunas e direcionadas que visem reduzir, reverter e evitar a degradação ambiental, aumentando a segurança alimentar e hídrica. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura para mapear as nascentes localizadas no bioma Caatinga e identificar os impactos causados pelas ações antrópicas na degradação destas. Foi realizada uma revisão de literatura sobre pesquisas realizadas com nascentes na Caatinga, as buscas foram realizadas utilizando as principais bases de dados disponíveis, e foram mapeados os dados encontrados a fim de destacar regiões de baixa produção de conhecimento. Foram encontrados inicialmente 1830 trabalhos com as strings de buscas utilizadas, entretanto nenhum trabalho encontrado atendia a todos os critérios de inclusão estabelecidos, e apenas 10 trabalhos atenderam parcialmente alguns dos critérios de seleção. O período dos trabalhos selecionados foi de 2006 a 2021 e apenas cinco dos nove estados que compõem esse bioma possuem trabalhos no tema. Salienta-se que a produção muito baixa impossibilitou a realização de um mapeamento sistemático de literatura mais coeso e completo, evidenciando a grande escassez de estudos e a importância de novas produções científicas oriundas desse bioma tão importante para o país.

Na produção da cerveja é formada uma quantidade considerável de resíduo, sendo o principal, o resíduo de malte, que é retirado na etapa de filtração. Como se trata de um resíduo sem valor no processo, é crescente o aumento de pesquisas voltadas para reaproveitamento de resíduos como fonte de matéria prima para novos produtos, o que desperta o interesse das indústrias e dos pesquisadores. Dentro deste contexto o objetivo geral deste trabalho foi elaborar e caracterizar a Farinha de Resíduo de Malte (FRM) e propor novos produtos de panificação com o resíduo incorporado. Este projeto foi realizado nos laboratórios do Instituto Federal de Alagoas, no Campus Maceió, sendo realizado a obtenção do resíduo de malte, confecção da FRM e em seguida análise físico-química e microbiológica. Após essa etapa foram produzidos pães, biscoitos e bolos com a FRM incorporada e assim submetido as análises físico-químicas, microbiológicas e sensoriais. Os resultados das análises físico-químicas da FRM apresentaram 8,54% de umidade, 2,97 % de cinzas, 7,62 % de lipídeos, 29,7% de fibras, 26,80 de proteínas, 13,61% de carboidratos e 230,74 Kcal.100^-1g de valor energético, percentuais em relação 100 g de amostra. Já em relação aos resultados dos produtos de panificação apresentaram melhorias no valor nutricional, principalmente as fibras, proteínas e lipideos, além disso, as análises microbiológicas atestaram a FRM e os produtos como seguros para o consumo. Nas análises sensoriais foi realizado o teste de aceitação de consumo e intenção de compra. Com isso, os resultados foram o bolo com 10% de FRM com aceitação de consumo de 94% e intenção de compra de 74%, enquanto o biscoito 10% de FRM teve aceitação de consumo de 88% e de compra 82%. Em relação aos pães, o que apresentou melhor resultado foi com 15% de FRM com 72% de aceitação de consumo e 64% de intenção de compra. Foi concluído que a reutilização do resíduo de malte da produção de cerveja é viável, pois apresenta boas características nutricionais como também tem aceitação de consumo e de compra. Além disso, é uma matéria prima abundante e que pode inclusive ser incorporado em outros alimentos a serem explorados. Portanto, ficou demonstrado que a FRM é um potencial ingrediente a ser incorporado nas preparações de panificação e afins e se tornar produtos comerciais novos a serem lançados no mercado, inclusive guiados pela patente depositada e pela cartilha que foram frutos desse trabalho. 

Embalagens desenvolvidas a partir de resíduos agroindustriais são materiais inovadores que além promover a manutenção da qualidade de produtos alimentícios, também utilizam materiais que seriam descartados, sendo potenciais causadores de danos ao meio ambiente. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo principal a utilização do coproduto da extração da própolis vermelha de Alagoas para a elaboração de um filme para uso alimentício. O resíduo foi caracterizado em teor de umidade, cinzas, lipídeos totais, além da identificação e teor dos isoflavonóides por meio de cromatografia líquida de alta eficiência e fenóis totais. Os filmes foram elaborados com quitosana, álcool polivinílico, glicerol e borra na forma de extrato ou adicionada ao Tween 60 e foram analisados por meio de determinação de espessura e densidade, análise de superfície por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), tração, capacidade de absorção de umidade, espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), análise térmica e microbiológica. Observou-se que os filmes elaborados com 20% de borra apresentaram superfície mais uniforme na microscopia, em comparação com os elaborados com 40%, pois o aumento da concentração da borra dificulta a dispersilibilidade da borra com Tween 60/ extrato da borra de própolis vermelha de Alagoas na matriz polimérica. As análises FTIR mostram que os filmes elaborados com extrato da borra a 20 e 40% e com a borra adicionada ao Tween 60 somente a 40% apresentaram bandas que mostram a presença de própolis vermelha de Alagoas. Apesar dos compostos encontrados na análise de cromatografia e fenóis totais do coproduto indicarem atividade antimicrobiana, os filmes elaborados com borra não inibiram o crescimento de Staphylococcus aureus possivelmente devido ao processo de polimerização da própolis e o aquecimento durante a elaboração dos filmes, que podem ter dificultado a liberação destes compostos para o ambiente. Dessa forma, é possível concluir que os filmes elaborados com extrato de borra apresentam aparência mais límpida, maior resistência mecânica e maiores valores de capacidade de absorção de umidade em comparação com os filmes desenvolvidos com a borra adicionada ao Tween 60, uma vez que estes filmes apresentam menos cera em sua composição. Sendo assim, os filmes produzidos possuem potencial para o uso alimentício uma vez que promovem impermeabilidade, resistência térmica e mecânica aos alimentos. 

A carência habitacional continua sendo um dos maiores desafios urbanos no Brasil, fazendo com que muitas famílias construam moradias precárias em áreas clandestinas ou ambientalmente frágeis, mesmo diante dos programas habitacionais que foram desenvolvidos ao longo dos anos, como é o caso da Favela Sururu de Capote no município de Maceió/AL. O envolvimento da comunidade na busca por soluções é fundamental, pois gera protagonismo e inclusão social. Diante disto, surge a Tecnologia Social (TS), que consiste em produtos, métodos e técnicas produzidas em interação com a comunidade e apropriadas por elas, unindo o conhecimento tradicional com o técnico-científico. Vale ressaltar que a incorporação da TS na habitação ainda é um tema atípico entre os pesquisadores. O objetivo deste trabalho é propor uma metodologia para a produção de moradias em assentamentos urbanos informais com incorporação de Tecnologia Social. Como estratégia da pesquisa optou-se por uma abordagem qualitativa. O percurso metodológico foi dividido em três etapas: (1) Revisão Sistemática de Literatura; (2) Diagnóstico Rápido Urbano Participativo (DRUP); e (3) Proposta de metodologia para a produção de moradia com incorporação de TS. Como resultados da RSL, verificou-se que a incorporação da TS no problema da habitação é uma temática recente, além disso foi possível identificar indicadores, algumas tecnologias para a construção de moradias e ferramentas para a coleta de dados, uma delas foi o DRUP. A pesquisa de campo possibilitou identificar os problemas sociais e ambientais da comunidade e também contribuiu para o levantamento das necessidades dos moradores. A partir dos dados obtidos foi possível elencar indicadores relacionados aos aspectos ambientais e sociais. Por sua vez, os indicadores encontrados na RSL e os definidos a partir do DRUP foram fundamentais para subsidiar a construção da proposta da metodologia para produção de moradia com incorporação de TS, que foi dividida em quatro etapas, sendo elas: planejamento, desenvolvimento, aplicação e reaplicação. Espera-se que a metodologia desenvolvida nesta pesquisa possa contribuir para a produção de moradias com a incorporação das Tecnologias Sociais em assentamentos urbanos informais.

No Brasil, geralmente, o lodo de esgoto é encaminhado para o aterro sanitário, comprometendo o tempo de vida útil dos aterros, por ocupar o local de outros resíduos sólidos domésticos. Tendo em vista a riqueza de nutrientes do lodo, e a sua reciclagem agrícola como alternativa técnica, econômica e ambientalmente segura, o presente trabalho desenvolveu uma técnica para a reciclagem agrícola do lodo de esgoto gerado pela estação de tratamento de esgoto do município de Igaci, escolhido por ter sua estação de tratamento de esgoto construída recentemente (agosto/2018). Os procedimentos metodológicos foram divididos em duas etapas, onde a primeira é realizada através do Sistema de Informações Geográficas (SIG), em que foram construídos mapas que mostram as áreas do município que podem ser aplicados o lodo de esgoto com fins agrícolas. Por último, o presente trabalho buscou calcular a dosagem de lodo necessária nas áreas agrícolas, para as principais culturas utilizadas no município. Com isso, pretende-se realizar a reciclagem do lodo de esgoto do município de Igaci, analisando os locais em que eles devem ser inseridos, e a dosagem necessária do biossólido para cada tipo de cultura que possa ser utilizada nas áreas agrícolas. Esse estudo possibilita uma boa gestão do lodo da estação de tratamento de esgoto do município de Igaci, favorecendo a recuperação dos solos e a otimização da agricultura.

O Brasil destaca-se na produção mundial de coco, gerando cerca de 3,0 milhões de toneladas deste fruto por ano. Aproximadamente 80% do peso bruto do coco é considerado resíduo; que, por sua difícil degradação, grande volume e descarte inadequado, gera problemas ao meio ambiente. A casca do coco constitui-se em subproduto agrícola com alto potencial de aproveitamento; mas, com poucas ações de reaproveitamento implantadas no Brasil. A região Nordeste é a maior produtora de coco do país, sendo responsável por mais de 60% da produção nacional. Em Alagoas, os produtos agrícolas de maior ênfase, na região litorânea do estado, são a cana-de-açúcar e o coco, com destaque para o município de Coruripe, que têm produção superior a 20 milhões de cocos ao ano. O presente trabalho teve por objetivo analisar as características de cinzas geradas pela queima por combustão e degradação térmica em forno Mufla da fibra da casca do coco, visando à aplicação como adição mineral em concretos. A primeira fase da pesquisa foi dedicada à caracterização das cinzas, através dos ensaios de análise granulométrica, fluorescência de raios X (FRX), difração de raios X (DRX), análise termogravimétrica (TG) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados obtidos no ensaio de granulometria demonstraram que as cinzas foram classificadas como material fino, passando 100% pela peneira 0,3 mm. No ensaio de FRX, percebeu-se que as cinzas produzidas por degradação térmica em Mufla a 400°C, nos tempos de 1h, 2h e 4h apresentaram os mesmos elementos químicos isolados, variando o percentual em função da mudança de temperatura, sendo os principais componentes químicos Potássio (K), Cloro (Cl), Cálcio (Ca), Silício (Si), Sódio (Na) e Ferro (Fe). A análise por DRX demonstrou, nas cinzas produzidas no forno Mufla com controle de temperatura (CFC-LAB), a presença dos compostos químicos: Nitrato de Potássio (KNO3), Cloreto de Potássio (KClO3), Quartzo (SiO2), Grafite (C) e Fosfato de Alumínio (AlPO4), variando os percentuais do composto associado à mudança de permanência no forno Mufla. Quanto à composição química por DRX da cinza produzida por combustão sem controle de temperatura (CFC-LIV), os principais compostos identificados foram: Cloreto de Potássio (KCl), Quartzo (SiO₂) e Silicato de Cálcio (Ca₂(SiO₄)). Os ensaios tecnológicos no concreto das cinzas geradas por combustão e degradação em diferentes percentuais (0%, 3%, 5% e 7%), em substituição parcial à massa do cimento, demonstram que o abatimento do tronco de cone diminui quanto mais cinza for incorporada no traço, passando de 60 mm para 0 mm na maior substituição. A absorção de água por imersão foi maior, quanto maior o percentual de cinzas incorporadas, variando de 5,85% a 7,56% de absorção para as substituições de CFC-LIV; e, 8,31% a 9,92% de absorção para as CFC-LAB. As CFC-LIV apresentaram melhores resultados de resistência, com aumento de 12,19% em relação à resistência do traço de referência, quando houve substituição de 3% de cimento por cinzas; e, perda de resistência de 6,67% para substituição de 5%. Pelos resultados, pode-se concluir que existe viabilidade de usar as CFC-LIV como substituição parcial do cimento em até 5%. A CFC-LAB não apresentou resultados satisfatórios no concreto, com perda de resistência à compressão de até 59%, contudo a descoberta de Grafite (C) na CFC-LAB abre possibilidades de nova aplicação para a fibra do coco em estudos futuros.

As Unidades de Conservação (UC) são componentes de grande importância para as estratégias de conservação da biodiversidade, são áreas onde os processos ecológicos podem ocorrer sem maiores intervenções antrópicas, quando de proteção integral, e com possibilidade de compatibilização de usos, quando de uso sustentável. Criadas desde a década de 30, as UC brasileiras foram surgindo de acordo com dinâmicas e contextos específicos, seguindo uma lógica de categorização em função dos objetivos e funcionalidades de cada área. Ao longo do tempo, esse dinamismo que envolveu a criação das UC no Brasil, desencadeou a necessidade de pensar na recategorização de algumas dessas áreas, com a mesma justificativa que as criaram, para atender a suas funções e vocação. Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo identificar como vem ocorrendo as recategorizações de UC no Brasil e de maneira mais específica caracterizar o panorama das Reservas Ecológicas (RESEC) brasileiras. Para tal, foi realizada uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL), consultando três bases de busca (Researchgate, Pubmed e Repositório UFSC) além do Google Scholar e posteriormente uma busca pelas RESEC existentes no país, consultando dados oficiais do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e dos órgãos estaduais. Com a RSL foi possível identificar treze métodos distintos de recategorização aplicados no Brasil, havendo uma variação dos instrumentos utilizados em cada método, sendo o mais aplicado a implementação de um ato legal. Com a consulta nos dados oficiais acerca das RESEC, foi possível identificar o quantitativo de unidades já recategorizadas além das suas características como: área, objetivos de criação e domínio morfoclimático. Ainda, a partir do levantamento realizado na pesquisa e da necessidade de recategorização de duas RESEC no estado de Alagoas, foram elaborados uma proposta técnica e um protocolo, a fim de subsidiar o processo de recategorização dessas duas RESEC estaduais. Os processos elencados demonstram uma diversificação de fatores e métodos que justificam cada processo de recategorização, o que corrobora com a necessidade exposta no estudo de recategorizar as RESEC do estado de Alagoas.

Tem-se tido uma preocupação maior com relação à poluição ambiental que é desencadeada pelo descarte de resíduos urbanos, especialmente o lodo de esgoto – (LE). Visto que quando são descartados diretamente na natureza, causam impactos ambientais significativos. Uma possibilidade de mudança deste cenário seria empregar o mesmo na agricultura, com a função de fertilizante e condicionador do solo. Utilizar o LE na agricultura é importante, porém de acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 498, existem especificações para a aplicação do LE na agricultura, isto devido ele apresentar contaminação por patógenos. Portanto, o CONAMA aponta que o resíduo só poderá ser aplicado em áreas que sejam mecanizadas, ou seja, não fica permitido utilizá-lo em pastagens onde a parte comestível da planta esteja em contato direto com o solo. Além disso, a resolução estabelece a qualidade e a quantidade do lodo que pode ser utilizado no campo agrícola. O nome dado ao lodo de esgoto quando higienizado ou processado é biossólidos, sendo que apresenta características que permite a sua reciclagem de maneira racional e ambientalmente segura. Deste modo, o lodo é um resíduo desenvolvido no tratamento de efluentes e compõe fonte de matéria orgânica e também de nutrientes para as plantas auxiliando na agricultura quando aplicado no solo. Além de ser excelente para as plantas, a utilização do lodo dá uma destinação limpa a esse resíduo, contribuindo assim para a sustentabilidade ambiental, uma vez que quando vai parar em aterros sanitários acaba reduzindo sua vida útil e contaminando o lençol freático. Desta forma, quando empregado em solos agrícolas, os benefícios vão para o agricultor e para o meio ambiente, pois apresenta grandes benefícios como: incorporação de nitrogênio, fósforo, zinco, cobre, ferro, manganês e o molibdênio. Neste sentido, o presente trabalho teve como intuito avaliar o uso do lodo de esgoto doméstico para fins agrícolas na cidade de Marechal Deodoro em Alagoas apontando pontos importantes por meio de uma revisão bibliográfica com tópicos pertinentes ao tema, ou seja, é abordada a consequência do lixo no impacto ambiental; especificando algumas considerações a respeito da legislação ambiental no Brasil; quais os impactos ambientais que o lodo de esgoto causa; os desafios da agricultura com a utilização do lodo de esgoto; alguns aspectos legais da antiga resolução nº 375 e da nova resolução n° 498 e a viabilidade econômica da utilização de substratos para a produção agrícola.

Existem diversas maneiras de reduzir os impactos ambientais causados pelo descarte incorreto dos resíduos gerados pelas indústrias, desde as abordagens teóricas voltadas para a reeducação dos profissionais, até as abordagens práticas onde se reavaliam processos e materiais utilizados. O objetivo deste trabalho foi propor alternativa ao descarte do material particulado de painéis de fibras de média densidade - MDF, proveniente de marcenarias, reaproveitando-o como agregado adicionado na mistura para a produção de tijolos ecológicos à base de solo e cimento. Para tanto, inicialmente, foi realizada revisão da literatura correlata em bases de dados para fundamentar a execução deste estudo. Para analisar a potencialidade do material particulado como substituição do solo, realizou-se a caracterização físico-química através da análise Granulométrica, Fluorescência de Raios X, Difração de Raios X, Termogravimetria e Microscopia Eletrônica de Varredura. Posteriormente, foram definidas as formulações para moldagem dos corpos de prova, substituindo, parcialmente, o solo pelas porcentagens de 0%, 2%, 4%, 6%, do material particulado de MDF. Os corpos de prova foram submetidos aos
ensaios tecnológicos de resistência à compressão, absorção de água e perda de massa por imersão. A substituição parcial do solo pelo subproduto de MDF na confecção dos tijolos proporcionou diminuição da resistência à compressão, chegando a atingir média de 0,71 MPa para a formulação com 6% de material particulado de MDF. A absorção de água e a perda de massa por imersão, foram maiores para os tijolos com maior quantidade de partículas, quando comparado ao tijolo de referência. Com base nos resultados pode-se concluir que a utilização do material particulado de MDF na produção de tijolos ecológicos não se mostra viável, tendo em vista que todas as formulações apresentaram valores de resistência à compressão simples inferiores aos exigidos pelas Normas Brasileiras.

Alteração espaço-temporal da paisagem em Brejo Grande-SE e Piaçabuçu-AL: uma análise partindo da  carcinicultura.

Armazenar alimentos é uma prática observada desde os primórdios da produção e exploração agrícola, é estratégia fundamental para garantir a alimentação da sociedade por certo período. Atualmente na agricultura, seja coorporativa ou familiar, o armazenamento é utilizado para garantir a qualidade do produto e comércio. Contudo, esses alimentos estocados e armazenados são alvos de pragas e insetos que comprometem a produção. Com isso, são necessárias medidas de controle e eliminação dessas pragas, por meio de diversos métodos, seja com controle químico ou biológico. Portanto, com este trabalho, objetivou-se analisar o potencial bioinseticida de óleos essenciais extraídos de genótipos de Eucalyptus para o controle de pragas do armazenamento da produção de grãos de feijão (Zabrotes Subfasciatus) e milho (Sitophilus zeamais), em condições laboratoriais, utilizando óleos essenciais de 4 genótipos de Eucalyptus (1249, 1250, 1277 e 0292). Os óleos foram testados na ação de repelência e as concentrações letais no controle das pragas. Os estudos de mortalidade por contato dos insetos praga, foram analisados 4 genótipos de Eucalyptus, com 3 concentrações diferentes sendo para Z. Subfasciatus (1%, 2%, 2,5%), e para Sitophilus zeamais (5%, 10%, 20%), mais um controle positivo e um negativo, com 10 repetições em blocos ao acaso. Para os estudos de ação repelente por chance de escolha sobre os insetos praga Z. subfasciatus e S. zeamais, foram testados óleos essências de 4 genótipos de Eucalyptus com 5 repetições para cada tratamento, em blocos inteiramente casualizados. Todos os óleos testados apresentaram ação repelente sobre os insetos e apresentaram eficiência na mortalidade dos insetos praga Z. subfasciatus e S. zeamais.

O mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei, Dunker, 1857) é uma espécie invasora originária da China que vem desde o final da década de 90 causando impactos sem precedentes em setores que desenvolvem atividades econômicas relacionadas ao uso da água no Brasil. Neste contexto, apresenta-se este trabalho que tem como objetivo central confirmar a presença e levantar os impactos negativos em razão de sua a invasão nos sistemas de captação e adução de água bruta da Companhia de Saneamento de Alagoas - CASAL, no Sertão do Estado, registradas desde o ano de 2016 a 2019. Em vista disso, realizaram-se semestralmente medições dos parâmetros físico-químicos da água: temperatura, pH, condutividade, turbidez, concentração de cálcio e sólidos suspensos totais, nos mananciais afetados, que demonstraram resultados propícios à permanência da espécie no meio, confirmado pelos resultados de amostragem quantitativa de indivíduos e de medição de densidade populacional, nas tubulações dos sistemas de abastecimento público de Barragem Leste (Delmiro Gouveia) e Xingó (Piranhas), por apresentarem indivíduos majoritariamente com tamanho médio entre 11 a 20 mm de comprimento tanto nos mananciais de captação de água bruta, presos a substratos submersos consolidados ou não, como também nos equipamentos e tubulações destes sistemas. A classificação das incrustações encontradas nos sistemas invadidos auxiliou na montagem de um cronograma de controle populacional, sendo adotados métodos mecânicos, químicos e físicos, escolhidos conforme a acessibilidade de materiais, equipamentos e mão-de-obra disponíveis na Companhia. A limpeza por raspagem mecânica aplicada individualmente mostrou que as incrustações retornavam após 25 a 30 dias de uso do método. A utilização de pastilhas de ácido tricloroisocianúrico e grãos de dicloroisocianurato de sódio nas tubulações apresentaram efeito por períodos de 30 a 90 dias. O uso de ondas eletromagnéticas, utilizado individualmente não se mostrou eficiente na remoção das incrustações, sendo que quando combinado aos métodos químicos e ao mecânico por jateamento à alta pressão, removeu as incrustações das tubulações permanecendo livre por um período aproximado de 24 meses. Estes procedimentos contribuíram para a elaboração de um manual de controle às incrustações como suporte para subsidiar a CASAL no combate às macroincrustações.

A ecoinovação é uma temática emergente e tem avançado ainda mais na esteira dos negócios de impacto socioambientais e no estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030) pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esse movimento ecoou nas pequenas e médias empresas (PME) estimulado pelo desenvolvimento de novos modelos de negócios que integrem a inovação e a sustentabilidade em seus processos de decisão. A presente pesquisa visou analisar as boas práticas de ecoinovação adotadas em PMEs. O proceder metodológico adotou uma combinação multimétodo que teve como ponto de partida uma revisão sistemática de literatura (RSL) para identificar quais são as dimensões, categorias e variáveis relacionadas às boas práticas adotadas em PMEs internacionais que, em seguida, foram adaptadas para coleta e análise de dados colhidos a partir de PMEs brasileiras e de um estudo de caso único em uma pequena empresa alagoana que obteve destaque nas suas boas práticas ecoinovadoras. Foi possível concluir que há ainda lacunas sobre a temática no mercado de pequenos negócios, assim como falta conscientização das empresas para adotar práticas ecoinovadoras, que vão além do marketing e do âmbito organizacional.

O presente trabalho trata da análise de uma alternativa prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB) que é o manejo sustentável dos resíduos sólidos urbanos (RSU), um dos grandes desafios atuais enfrentados pelos municípios. A coleta seletiva é uma das soluções sustentáveis para a diminuição e reaproveitamento dos resíduos, todavia, ainda não foi adotada pela maioria dos municípios brasileiros. Dessa forma, essa dissertação tem como objeto de estudo analisar a viabilidade ambiental e socioeconômica da adoção de coleta seletiva no município de Arapiraca, Alagoas. Realizou-se a caracterização da situação atual do setor de resíduos sólidos de Arapiraca por meio da obtenção de dados a partir de fontes bibliográficas, realização de entrevistas e consulta a contratos e outros documentos técnicos. Para avaliar os aspectos socioeconômicos foi calculado os custos para estruturação de uma coleta seletiva que contemple todo os catadores de material reciclável registrados em Arapiraca e os custos de funcionamento desse sistema de coleta, que foram estimados considerando dois cenários: com e sem o apoio financeiro da prefeitura. Já a análise da viabilidade ambiental se deu pela estimativa das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) provenientes do consumo de combustível da coleta e da decomposição associada à destinação dos RSUs. Constatou-se, portanto, que para a estruturação do sistema de coleta seletiva seria necessário um investimento estimado em R$ 641.975,00. O custo mensal de manutenção desse sistema, estimado em R$ 275.934,43, poderia ser coberto com a comercialização de cerca de 362,4 toneladas de material reciclável presente no RSU de Arapiraca. Frente aos custos do sistema atual de coleta e destinação de RSU, a adoção da coleta seletiva poderia gerar anualmente uma economia para os cofres públicos municipais de R$ 1.016.220,14, no cenário sem apoio financeiro do poder público municipal, ou de R$ 404.116,62, no cenário com apoio da prefeitura. Dessa forma, a adoção da coleta seletiva pelo município de Arapiraca se mostra viável sob aspectos socioeconômicos, pois além ocasionar a diminuição de gastos para o município, garantiria a inserção formal dos catadores na cadeia produtiva da reciclagem, promovendo a inclusão social de pelo menos 180 famílias através da geração de emprego e renda. Com relação aos aspectos ambientais, em um cenário com coleta seletiva em que todo o resíduo potencialmente reciclável fosse destinado a reciclagem, além de aumentar a vida útil do aterro no qual o RSU é atualmente destinado na totalidade, reduziria em até 32,1% as emissões de GEE, evitando a emissão de até 312.538,8 toneladas de CO2e para a atmosfera em um período de 10 anos. Mesmo considerando um cenário em que fosse destinado aos catadores apenas a quantidade de RSU suficiente para a manutenção do sistema de coleta seletiva, haveria uma redução de 4,5% das emissões de GEE, evitando a emissão de cerca de 45.283,2 toneladas de CO2e em 10 anos.

A atividade da construção civil vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas tendo como consequência a geração de grandes volumes dos resíduos da construção civil (RCC). Este resíduo vem causando sérios problemas ambientais, sanitários, econômicos e sociais, uma vez que, parte deles é depositado clandestinamente em áreas públicas. Este trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico dos resíduos de construção civil gerados na cidade de Maceió; bem como identificar a gestão atual de RCC, mapear as áreas de deposição desses resíduos, realizar estimativa de geração e composição gravimétrica dos RCC. Este diagnóstico servirá como base para a elaboração futura de um PMGRCC para o município. A metodologia compreendeu entrevistas aos órgãos municipais, geradores, transportadores e receptores para identificar a gestão atual; mapeamento dos pontos de acúmulo de resíduos com uso de ferramentas como GPS, Google Earth e Q-Gis; aplicação da metodologia de Pinto (1999) para estimar a geração de RCC; e ensaios de campo na Central de Tratamento de Resíduos de Maceió (CTR) para composição física.  Os resultados possibilitaram identificar a carência de fiscalização juntos aos agentes geradores, a importância de usinas de reciclagem de RCC, e a falta de controle do volume de RCC gerados e coletados, trazendo como consequência o descarte irregular. Foram mapeados 105 pontos de descarte irregular com predominância de RCC, e identificado a existência de apenas 5 ecopontos, o que claramente é insuficiente para atender a população. Estima-se que Maceió gera 817,6 t/dia de RCC, o equivalente a 0,8 kg/hab/dia. Deste total, 82% é composto por resíduos de Classe A e 15% classe B, os 3% restante inclui resíduos Classe C, D e outros. O conhecimento da situação RCC, e o planejamento de políticas de desenvolvimento sustentável, torna-se indispensável para o município de Maceió se adequar aos critérios, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela Resolução nº 307, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); bem como atender ao disposto em uma das metas do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que é a elaboração do PMGRCC.

O pimentão está entre as dez hortaliças mais importantes em termos de valor econômico no
Brasil, ocupando Alagoas o 7º lugar no Nordeste. O município de Arapiraca é responsável
pela produção de 43,6% do pimentão produzido no Estado. Porém, devido à cidade está
inserido na região semiárida, o uso de técnicas eficientes de uso e maneja da água e solo é de
grande importância para atividade agrícola. Por estas razões, pretende-se, com esta pesquisa,
avaliar a viabilidade técnica da manta geossintética Soiltain® DW sob três lâminas de
irrigação, no cultivo do pimentão em Arapiraca, Alagoas. O experimento foi conduzido em
parcelas subdivididas, estando nas parcelas principais três lâminas de irrigação (60, 100 e
150% da ETc) e nas subparcelas quatro coberturas do solo (manta geossintética SoilTain®
DW, solo descoberto, Mulchings sintético branco e orgânico), com cinco repetições. Foram
avaliadas variáveis agromorfológicas, componentes de produção do pimentão, e a temperatura
do solo. Houve interação significativa entre os tratamentos, em que a manta geossintética
apresentou resultados superiores ao Mulching branco em relação a alturas das plantas,
diâmetro do caule, largura foliar e eficiência no uso da água nas três lâminas de irrigação,
juntamente com os tratamentos solo descoberto e Mulching orgânico. A lâmina 150% ETc
favoreceu a maior mortalidade de plantas no período de desenvolvimento da cultura, com
redução no stand, reduzindo a produtividade, que variou de 40,3 t ha -1 para o Mulching branco
até 57,2 t ha -1 para o Mulching orgânico. A temperatura do solo influenciou negativamente o
desenvolvimento da cultura, sendo superior no Mulching branco em todas as avaliações. A
manta também promoveu maior lucro e a menor custo de produção e, do mesmo modo, a
lâmina 100% ETc. A manta geossintética é viável como Mulching alternativo, recomendando-
se associá-la à lâmina 100% ETc.

As mudanças climáticas são alterações no clima ocasionadas pelo aquecimento global, em função do aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) decorrentes das atividades antrópicas. Estas mudanças influenciam a dinâmica dos ecossistemas e as atividades humanas, podendo seu impacto ser ainda maior no futuro se medidas mitigadoras não forem adotadas. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar a estimativa de emissão de gases de efeito estufa na Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL. Foram contabilizadas as emissões diretas de GEE, resultantes das seguintes fontes: tratamento de efluente; combustão móvel e estacionária; e emissões indiretas, resultante da compra de energia elétrica. Para contabilização dessas emissões foram utilizadas as ferramentas de cálculos elaboradas pelo GHG Protocol e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Como resultados, foram emitidos em 2018, o total anual de 66.524,76 tCO2e, destes, 52.677,53 tCO2e foram decorrentes do tratamento de esgoto, o equivalente a 79,2% das emissões. O consumo de energia elétrica foi responsável por emitir 13.023,77 tCO2e, (19,6%). Quanto as emissões do tratamento de efluente, observou-se que o município de Maceió teve o maior percentual de contribuição (59,6%), e os tratamentos que mais emitiram foram os que tinham a concepção de sistema de disposição oceânica e reatores anaeróbios com, respectivamente, 32,1 e 29,2% das emissões do tratamento de efluente. Com relação a combustão móvel, verificou-se que a gasolina foi o combustível mais consumido, sendo responsável por 75,0% das emissões referente a frota de veículos, com uma emissão de 608,61 tCO2e, já a combustão estacionária emitiu 11,62 tCO2e. Assim, tendo em vista o cenário atual e a busca pela ampliação da cobertura com esgotamento sanitário, recomenda-se a adoção de tratamentos mais eficientes e com tecnologias que permitam a queima ou reaproveitamento de metano. Para se ter melhores estimativas de emissão de GEE na CASAL, primeiro, é necessário o conhecimento de todos os colaboradores sobre a temática de mudanças climáticas, de maneira que todos entendam seu papel no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas e a busca para a redução das emissões de GEE.

A etnobotânica é uma ciência interdisciplinar que integra conhecimentos farmacológicos, ecológicos, tecnológicos, médicos, linguísticos, dentre outros. Seus estudos sobre plantas medicinais direcionam diversas pesquisas com relação aos seus usos, sua eficácia nos tratamentos, a relação direta com as comunidades, seu valor econômico e afetivo e a necessidade contínua de conservação. Deste modo, evidencia a importância do emprego de plantas medicinais para a manutenção e recuperação da saúde. Este trabalho está dividido em dois capítulos: o primeiro trata de um estudo etnobotânico com objetivo de levantar todas as plantas medicinais do estado de Alagoas. O segundo trata em elencar as espécies de plantas medicinais nativas de Alagoas e outros estados brasileiros com a finalidade de verificar as espécies mais prioritárias à conservação. A lista de plantas medicinais foi obtida nas principais bases de dados científicos (Scielo, Scopus e Google Acadêmico), em seguida, os resultados foram tabulados e analisados em planilha eletrônica Excel, posteriormente, a partir destes dados iniciais, as plantas medicinais nativas de Alagoas e de outros estados brasileiros foram elencadas. Estas foram reunidas segundo o hábito e naturalidade. Em seguida, informações foram catalogadas sobre outras categorias de uso além do medicinal. O calculo para a prioridade para a conservação foi realizado através do Índice de Valor de Importância (IVI), que é baseado na Importância Relativa (IR) e no Índice de Sensibilidade (IS). Apresenta-se um total de 322 espécies de plantas medicinais, divididas entre 96 famílias. 177 destas são espécies nativas encontradas no Brasil e 33 são espécies nativas para o estado de Alagoas. A família mais representativa foi a Fabaceae e as folhas foram a parte da planta para fins medicinais mais referidas. Dentre as plantas nativas medicinais, o hábito arbusto predominou (45%). Das 322 espécies Abarema cochliacarpos apresentou-se com maior importância relativa (IR=1,94). Das 177, treze espécies exibiram grande versatilidade quanto aos seus usos (IR) >1 sendo indicadas para 15 sistemas corporais e 80 indicações terapêuticas. A doença mais referida sinalizada no primeiro artigo, que pode ser tratada a partir de plantas medicinais, foi a febre com 21,30% de citações. Em relação ao Ranque de Sensibilidade (RS), das 177 espécies registradas no respectivo estudo, a coleta destrutiva esteve presente na maioria dos táxons (56%). No que se refere ao Ranque de Naturalidade (RN), as plantas que são silvestres e as plantas que simultaneamente são encontradas em ambientes silvestres e cultivadas, apresentaram-se com 81 espécies cada (46%). Em relação ao Índice de Valor de Importância, 15 espécies obtiveram valores IVI >1. Dentre elas a espécie que possui o maior IVI é a Abarema cochiacarpos com IVI = 1,98, vale ressaltar que esta espécies é nativa para o estado de Alagoas. Considerando os aspectos acima, são necessários mais estudos sobre plantas medicinais no estado de Alagoas, pois, a partir deste inventário, podem-se favorecer pesquisas etnofarmacológicas e fitoquímicas, além de criar estratégias de conservação baseadas na sustentabilidade. Espera-se também que este trabalho sensibilize os gestores públicos e preferencialmente as escolas, para que a educação ambiental seja prática diária, assim como, é papel das instituições de ensino valorizar o Conhecimento Tradicional sobre plantas medicinais e incentivar ações que aproximem a rede de ensino e as comunidades. Diante disso, é essencial que a etnobotânica deixe de ser um exercício acadêmico e coloque a serviço das comunidades.

Na costa brasileira, a produção de moluscos bivalves está historicamente associada ao extrativismo de bancos naturais. Fonte de proteínas de fácil acesso, os bivalves representam importante recurso para a geração de renda e para a subsistência de comunidades vulneráveis em todo litoral do país. São diversos os bivalves normalmente capturados, porém, no estado de Alagoas, duas espécies têm reconhecido potencial pesqueiro: Anomalocardia brasiliana e Mytella falcata. Entre as localidades responsáveis por essas capturas, destacam-se os municípios de Barra de São Miguel e Roteiro, ambos caracterizados por sua fragilidade ambiental, evidenciada pela criação da Reserva Ecológica de Manguezais da Lagoa do Roteiro, e pela vulnerabilidade social de sua população. Dentro desse contexto, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a pesca de A. brasiliana e M. falcata no sistema estuarino-lagunar do Roteiro por meio da investigação de seus usuários e seus modos de produção. Para tal, foram aplicados 86 questionários semiestruturados aos marisqueiros. A investigação também foi baseada na observação livre e nos relatos informais fornecidos ao longo da pesquisa realizada durante os anos de 2018 e 2019. A mariscagem no local é feita de forma rudimentar, com uso das mãos ou auxílio de um petrecho denominado ticuca, e com padrão de comportamento similar aos relatos históricos sobre a pesca dos recursos na costa alagoana. Houve consonância entre os conhecimentos tradicionais e os acadêmicos, principalmente quanto às variações na produtividade pesqueira, especialmente sentidas em períodos de alta pluviosidade que causam a mortalidade dos bivalves. A partir das declarações dos pescadores, estimou-se uma CPUE de 1,82 kg de parte edível hora-1 de pesca para A. brasiliana e de 2,61 para o M. falcata. Considerando os entrevistados agrupados por sexo, registrou-se que as mulheres empregam mais horas de trabalho na coleta e, sobretudo, no beneficiamento dos bivalves, porém, obtêm menor CPUE do que os homens. Em relação aos grupos por faixa etária, pescadores entre 25 e 50 anos desenvolvem as pescarias mais eficientes, demonstrando a conjugação ideal de vigor físico e experiência na coleta de bivalves. O beneficiamento dos bivalves é simples, feito com materiais improvisados, sem
agregação de valor ao produto e em condições sanitárias inadequadas. O descarte das conchas gera grande volume, resíduo que é preponderantemente depositado nas margens da laguna ou destinado para coleta pública, sem qualquer separação. O perfil geral dos pescadores mostrou indivíduos com baixa escolaridade e forte relação com a cultura da pesca no local. Apesar da predominância de homens, foi comum a presença de mulheres trabalhando na etapa de captura dos bivalves. Da mesma forma, homens também foram registrados nas etapas pós-pesca. A diversificação de renda geralmente está restrita à captura de recursos pesqueiros complementares, indicando a alta dependência dos sistemas naturais. A comum complementação de renda por meio de programas sociais e as condições de moradia insalubres reiteram as associações normalmente feitas pela literatura entre a pobreza e a pesca de pequena escala. Sugere-se que exista uma hierarquia dentro da pesca artesanal, sendo a coleta de bivalves uma opção restante – “o último último refúgio”. As percepções expostas indicaram que as comunidades pesqueiras não têm sua voz ouvida nos processos decisórios que envolvem seus recursos e o espaço onde atuam. A exclusão e a invisibilidade social resultam em descontentamento e baixa estima pelo papel que exercem dentro da sociedade.

Localizado no estado de Alagoas, o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba possui grande importância socioeconômica, pois em toda sua extensão há reprodução de peixes, crustáceos e moluscos, que garantem o sustento dos pescadores e marisqueiros da região. Entre os moluscos, o maçunim (anomalocardia brasiliana) e o sururu (mytella falcata) estão entre os mais procurados devido seu valor na culinária alagoana. Após a pesca, estes moluscos são cozidos e retirados do interior de suas conchas-cascas, sendo estas, depositadas geralmente em terrenos baldios, vias públicas e até às margens das lagoas, gerando diversos impactos ambientais como contaminação do lençol freático, proliferação de vetores de doenças infecciosas, assoreamento das lagoas, rios e manguezais, além do aumento no volume de resíduos sólidos urbanos. Pesquisas com as conchas de moluscos bivalves indicam que elas são uma importante fonte de cálcio, pois são compostas basicamente de carbonato de cálcio, uma substância química utilizada em larga escala em diversos ramos e atividades industriais. Esta pesquisa propõe avaliar a viabilidade técnica de produção de argamassa de assentamento e revestimento com a incorporação da concha de sururu em sua composição. Para caracterização físico-química do objeto de estudo, foram realizados ensaios de termogravimetria, fluorescência e difração de raios X. Durante o desenvolvimento dos corpos de prova, a concha de sururu foi submetida a um processo de trituração e substituiu parcialmente a areia nos seguintes percentuais: 0%, 10%, 20%, 30%, 40% e 50%. Posteriormente foram realizados ensaios de resistência mecânica à compressão, absorção de água, índice de consistência e MEV. Foi observado que quanto maior o teor de concha de sururu incorporado na argamassa, menor será sua resistência à compressão e maior será sua consistência e absorção de água. Entretanto, os resultados comprovaram que argamassas com teor de até 20% de concha de sururu, apresentaram índices de consistências adequados, resistências à compressão acima da mínima prevista para revestimento e assentamento e coeficientes de absorção de água semelhante à argamassa de referência (T1 – 0%), viabilizando seu uso para a finalidade estudada.

A Praia do Francês é composta por recifes de arenitos (rochas sedimentares). Os recifes são de suma importância para o ecossistema marinho, por propiciar um substrato para a fixação da biota. A costa brasileira, em especial, os ambientes recifais são submetidos a intenso impactos de origem antrópica carecendo de instrumentos de avaliação de sua qualidade ambiental. Este trabalho tem como objetivo levantar dados sobre as principais influências negativas do turismo e analisar aspectos ecológicos de alguns organismos recifais bentônicos em diferentes localidades da Praia do Francês, Marechal Deodoro / Alagoas, buscando com isso identificar possíveis indicadores de qualidade neste ambiente. Para isso foi utilizado a metodologia de transecto (LIT e PIT), com o auxílio de uma trena de 50 metros, um quadrado de ferro medindo 1 m2, delimitando a área das estações, num total de 10 quadrados/transectos. No interior de cada um dos quadrados foram realizadas observações quali-quantitativas (identificação das espécies alvo, área de cobertura e número de colônias). Os dados in situ foram registrados utilizando uma prancha de PVC. Para as análises estatísticas foram utilizados os programas Past e Excel. Para a comparação entre os perfis foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis acompanhado da comparação a posteriori de Mann-Whitney (p=0,05). Os resultados obtidos indicam que em relação ao turismo, os principais impactos constatados sobre a biota recifal foram as ancoragens de embarcações motorizadas e o trânsito de banhistas na região. De acordo com os dados levantados, verificou-se que do total de embarcações 78,57% são de barcos á motores e 21,43% de barcos á velas, sendo a embarcação á motor a mais frequente e com capacidade de transporte de passageiros mais elevada (entre 24 a 40 passageiros/por passeio) em relação a embarcação à vela, além da ausência de poitas afetando desta forma, o ambiente recifal. Já em relação as espécies de corais pétreos escolhidas para estudo Mussismilia hispida, Mussismilia hartii e Siderastrea stellata, apenas Siderastrea stellata ocorreu nos perfis com alguns exemplares branqueados. Entre as espécies de hidroides Millepora alcicornis e Millepora braziliensis, a espécie Millepora alcicornis teve maior distribuição nos perfis em comparação com a espécie Millepora braziliensis, sendo observada na mesma branqueamento e fragmentação das colônias, possivelmente devido ao trânsito de embarcações registrado no local. O equinoderma Echinometra lucunter teve sua ocorrência constatada em todos os perfis, sendo mais abundante no recife mais afastado da praia (perfil C), o mais distante da ação antrópica e com maior demanda alimentar. Verifica-se desta forma, que o recife mais afastado (perfil C) da costa possui uma melhor distribuição das espécies entre os perfis, quando comparado ao recife praial (perfil A) e o recife do canal (perfil B). Indicando que, os últimos aqui citados sofrem prováveis efeitos antrópicos. Sendo assim, se faz necessário, que medidas sejam tomadas pelas autoridades locais com o intuito de minimizar estes impactos.

Neste trabalho é descrito o desenvolvimento de um sensível sensor químico molecularmente impresso para detecção de 4-nitroanilina (4-NA) para propósito de segurança ambiental. Um eletrodo de carbono vítreo foi modificado com MWCNT-VTMS produzido por um enxerto simples de viniltrimetoxisilano (VTMS) na superfície dos nanotubos de carbono revestidos por um filme de siloxano molecularmente impresso, preparado pelo processo sol-gel por polimerização de radical livre in situ para detecção de 4-nitroanilina. O nanocompósito introduzido aumentou a área superfícial e os sítios ativos para transferência de elétrons. O processo de impressão envolve a polimerização de monômeros funcionalizados na presença da molécula molde. Quando o silano é usado na síntese, é chamado MIS (silano molecularmente impresso) e NIS (silano não impresso) quando o analito não está na síntese. Para verificar o comportamento eletroquímico do ECV/MWCNT-VTMS/MIS obtido pela tecnologia sol-gel, foram realizados experimentos de voltametria cíclica antes da extração da molécula molde (4-NA). Neste estudo, a espécie eletroativa, R-NHOH/R-NO, foi eletrogerada in situ a partir do 4-NA no eletrodo modificado, após ciclagem na faixa de potencial entre 0,5 e -1,0 vs. Ag/AgCl na primeira varredura em tampão fosfato 0,1 mol L-1 (pH 7,0) com uma velocidade de varredura de potencial 0,02 Vs-1. Para a caracterização dos filmes de silanos, utilizou-se a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Microscopia de Força Atômica (AFM) e Análise Termogravimétrica (TGA). Este sensor apresentou melhor desempenho em solução tampão fosfato 0,1 mol L-1, pH 7,0. Depois de otimizar as condições operacionais, o sensor forneceu uma faixa linear de resposta para 4-NA de 0,1 a 100 μmolL-1 e bons parâmetros como LD (0,03 μmol L-1), LQ (0,1 μmol L-1) e sensibilidade (1,4 x 10-2 A mol L-1). O eletrodo modificado apresentou-se eficiente como uma excelente alternativa para a detecção e quantificação de 4-NA para propósitos de segurança ambiental.
Palavras-chave: Sol-gel; Sensor químico; 4-nitroanilina.
SILVA, Jailson dos Santos. New nanoestructured chemical sensor: molecularly imprinted polymer technology for the detection of 4-nitroaniline for environmental safety purpose. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em Tecnologias Ambientais) – Campus Marechal Deodoro, Instituto Federal de Alagoas, Marechal Deodoro, 2019.

O município de Arapiraca tornou-se importante para a produção agropecuária no Estado de Alagoas, com cadeia produtiva diversificada, baseada hegemonicamente no modelo de agricultura familiar. Dos estabelecimentos agropecuários, 61,4% utilizam agrotóxicos, gerando resíduos, em especial as embalagens, que são possíveis fontes de contaminação e poluição ambiental. O processo de logística reversa permite que esses resíduos retornem ao ciclo produtivo com destinação adequada, sustentável. Dentre os usuários de agrotóxicos, agricultores familiares consistem no principal problema dentro do processo de devolução de embalagens, devido à falta de conhecimento por não serem capacitados nem informados dos procedimentos adequados para devolução. Pelo exposto, esta pesquisa objetivou conhecer o processo de logística reversa de embalagens de agrotóxicos no município de Arapiraca/AL. Para isso, realizou-se estudo com abordagens quantitativas e qualitativas de caráter participativo, e a aplicação de questionários semiestruturados, direcionados a 31 agricultores familiares, 8 revendedoras de agrotóxicos, Associação dos Distribuidores e Revendedores de Agroquímicos (ADRAAL) e Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL). Observou-se que há predominância de mão de obra masculina (64,5%) entre os agricultores familiares entrevistados, baixo nível de escolaridade (61,3%) que, apesar de receberem assistência técnica (90,3%), não têm acesso a linhas de crédito (74,2%), refletindo na baixa renda familiar. Os agrotóxicos mais citados entre os usuários foram os inseticidas, com prevalência aos extremamente tóxicos (36,4%). A falta de capacitação dos agricultores (71%), associada ao baixo nível de escolaridade e a falta de campanhas educativas podem ter influenciado no uso inadequado de EPIs (48,4%), refletindo nos 766 registros de intoxicações por agrotóxicos em Arapiraca entre 2008 e 2018. Em relação ao volume comercializado, liderou o herbicida 2,4-D, com mais de 214,6 mil litros vendidos em 2018. Constatou-se que 71,4% dos agricultores familiares não devolveram embalagens vazias e que 90,7% sofreram destinação inadequada, devido a deficiência na atuação do poder público e revendedoras em programas educativos, mecanismos de controle e estímulo à tríplice lavagem e devolução das embalagens, pois 37,5% nunca ou raramente (12,5%) participaram de ações com essas abordagens. No processo de logística reversa, pode-se considerar satisfatória a participação da ADRAAL quanto as suas responsabilidades legais. Porém, quando considerados os 329,9 mil litros e 4,6 toneladas de agrotóxicos comercializados no ano de 2018, não se identifica eficiência de devolução de embalagens (vendas x devoluções). A ADEAL como órgão fiscalizador de todas as etapas da cadeia de uso de agrotóxicos, apresenta limitações quanto a sua atuação, principalmente devido ao quadro limitado a 10 servidores e ausência de sistema informatizado para controle e monitoramento do uso de agrotóxicos. Os resultados apresentados demonstram fragilidades quanto ao cumprimento das responsabilidades pelos atores envolvidos no processo da logística reversa: agricultor; canais de distribuição ou revendedores e o poder público. Diante dos resultados é possível inferir que a logística reversa de embalagens de agrotóxicos no município de Arapiraca é ineficiente. O estudo propõe melhoria para o controle, monitoramento das vendas, devoluções e armazenamento das embalagens, estímulos ao descarte correto, como também, a penalização devido ao uso inseguro de agrotóxicos.

Os Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica (SDEE) das concessionárias brasileiras são, em sua maioria, formados por rede nua convencional, que está exposta a diversos tipos de intempéries, seja por defeito, ação de terceiros ou pela própria ação do meio ambiente, como causas relacionadas com árvores, vegetação, ventos, queimadas, incêndios, erosões, animais e descargas atmosféricas na rede. Essas falhas no fornecimento de energia elétrica podem ser constatadas através dos indicadores coletivos de continuidade, regidos pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sendo os dois principais denominados de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). Diante da rígida regulação da ANEEL e da imposição de multas baseadas nesses indicadores, as empresas concessionárias cada vez mais buscam aperfeiçoar seu processo de gestão para torná-lo mais eficiente. Nesta pesquisa, objetivou-se analisar os indicadores de desempenho do SDEE influenciados pelas interrupções por causas ambientais a partir da implementação de um ambiente de inteligência de negócio aplicado a uma concessionária de distribuição localizada no Nordeste. O percurso metodológico combinou uma análise quantitativa de indicadores com a realização de um grupo focal com gestores do setor elétrico e aplicação de um Business Intelligence (BI) desenvolvido para um distrito atendido pela concessionária, seguido de entrevistas semiestruturadas junto aos gestores para avaliação da efetividade do BI. Também foram obtidos dados históricos sobre as ocorrências de interrupções registradas pela empresa no período de 2013 a 2018, sendo agregados aos dados coletados entre março e maio de 2019 durante a avaliação in loco do BI. Os dados apontaram que após a aplicação do BI proposto na subestação atendida, o índice de FEC reduziu em 7,92% com relação à média dos últimos seis anos, sendo a menor contribuição deste indicador desde 2013. Referente ao DEC, a redução com relação à média dos últimos seis anos foi de 3,8%, porém, sua parcela de contribuição foi maior do que os anos de 2013 e 2016. Ao todo, 07 (sete) novos indicadores foram propostos pelo estudo relacionados às causas ambientais: estratificação por regional, comparativo por temporalidade, ocorrência por falha registrada, estratificação por causas ambientais, relação entre distâncias das redes elétricas, efetividade das inspeções realizadas e relação entre financeiro e orçamento das inspeções com impacto nos índices operacionais.

A presente dissertação apresenta conceitos e diretrizes operacionais para uma política de recolhimento de medicamentos vencidos, avariados e/ou inservíveis pós-consumo no Brasil, realizando um comparativo com os dispositivos legais, vigentes e propostos no País, com experiências internacionais. A pesquisa iniciou-se com levantamento bibliográfico nas legislações vigentes pertinentes ao assunto em vigor no Brasil. Utilizou-se também da leitura de artigos científicos, dissertações e teses relacionadas ao tema. Apresenta uma metodologia de natureza prática aplicada, descritiva, exploratória, quali-quanti, sendo adotada para identificar e analisar o panorama da Logística Reversa-LR no Brasil e no Mundo. Os métodos de pesquisa foram: revisão bibliográfica e documental, análise de conteúdo, documental e benchmark, além de busca nas bases de dados Scielo, Capes, Lilacs, Google Acadêmico e Scopus, utilizando termos como “resíduos de medicamentos”, “meio ambiente”, “destino final de medicamentos”, “logística reversa”, “fármacos e efluentes”, “medicamento vencido” e “gerenciamento de resíduos”, além de fontes como ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), Ministério da Saúde-MS, Ministério do Meio Ambiente-MMA, site oficial da Câmara dos Deputados Federais e do Senado Federal Brasileiro. Para conclusão da análise e avaliação dos resultados foi realizada uma análise descritiva e confrontamento dos resultados com os dispositivos legais vigentes e propostos. Delineou-se a relação entre as causas do problema e suas disseminações no sistema, recomendando direcionamentos básicos operacionais para a construção de um programa de Logística Reversa-LR de medicamentos no Brasil.